segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ídolo na defensiva

Ídolo na defensiva (Ficha limpa para esportistas).

Caros leitores amigos, é com grande tristeza que escrevo essa mensagem, pois se trata de um episódio lamentável onde muito estranhamente nos deparamos com uma notícia inusitada, envolvendo um jogador de futebol de um clube de grande expressão do Rio de Janeiro. Não tenho intenção de passar sensacionalismo com essa postagem, muito menos hipocrisia, quero apenas chamar atenção de todos para a falta de preparo de uma pessoa que mesmo tendo tido a grande oportunidade da vida, desperdiçou por sua falta de estrutura emocional e más companhias.

Como acredito na extração do melhor conteúdo do conhecimento tirado de uma experiência alheia, acredito que esse episódio, mesmo estando no grupo do lamentável, possa vir a nos despertar para analisarmos e orientarmos nossos filhos, amigos e parentes, do perigo que corremos com as ciladas da vida.

Trata-se do goleiro Bruno, jogador de grande expressão do time do Flamengo. Mesmo existindo a rivalidade entre os demais clubes, esse caso se colocou a parte, se destacando por suas riquezas de crueldade e motivo fútil. O mundo se uniu em um só pensamento, a exclusão de um ídolo. Todos os torcedores, sejam eles Flamenguistas ou não (eu sou Fluminense), ficamos apáticos com tamanha estranheza de atitude e frieza. Os demais clubes recolheram aquele grito da garganta, que tanto nos acompanham para encarnar em um episódio inusitado que muitas vezes acontece com jogadores. Trocamos o grito de chacota, para o silêncio lamentável. Ficamos congelados, sem saber se criticamos, crucificamos, lamentamos ou simplesmente ignoramos por se tratar de uma história fora do aceitável em nosso mundo.

Eu desafio você leitor a pensar comigo, que seria desse rapaz se não tivesse a oportunidade que teve no mundo do futebol? Que seria desse rapaz se um dedo lá de cima não o apontasse, escolhendo-o para uma oportunidade fantástica e única, de se tornar ídolo de uma grande torcida, cercado de carinho por todos. Vindo de uma família humilde, sem recursos e já com uma história triste de seu passado, esse jovem de 25 anos ultrapassou todos os limites das dificuldades até chegar ao topo do sucesso, para depois despencar ladeira abaixo, se resumindo em algo tão pouco que não temos nem mesmo o trejeito de nomear.

Quero que todos se permitam a fechar os olhos por alguns segundos e então se perguntarem, o que levou esse rapaz a cometer tamanha crueldade, independentemente de sua participação. O que fez esse rapaz que teve a oportunidade de um futuro brilhante em suas mãos, desperdiçar tudo por uma inútil sensação de não estar mais sendo importunado por aquela jovem, que assim como ele, também vivia o tormento do despreparo. Ela errou? Ele errou? Sim eu diria que todos nós erramos, mas o bom senso e o limite do erro devem ser respeitados por todos, e para os que não o respeitam, pagam por seus erros, sem pena e piedade, mas acredito que, em algum momento de reflexão, ele possa se arrepender e com isso passar a crescer, pois o exemplo dele ficará e com ele (o exemplo), nós possamos fortalecer nossos filhos e entes-queridos para a importância da preparação da vida.

Eu gostaria que esse episódio não pudesse passar em branco, pois em alguns meses esse rapaz será esquecido por nós, será mais um de uma péssima estatística de criminosos que com seu gesto mal pensado, ultrapassou o limite da normalidade. Que os clubes de todo Brasil possam unir forças, já que formam não só atletas para gerar recursos, mas também com a responsabilidade de formar ídolos que são formadores de opinião, que influenciam nossos filhos, que entram em nossas casas através de uma tela de televisão ou de um álbum de figurinhas, mas são exemplos de algo que uma criança admira e passa a ser perigoso por suas atitudes nem sempre plausíveis. Peço aos dirigentes de clubes, que analisem a possibilidade de “ficha limpa para um esportista”, pois assim, crianças de poucos recursos, possam ter em mente o foco do bem, com a esperança e determinação da vitória vindo do bem. E nossos filhos, direcionados para esse caminho ou não, possam olhar para tela da televisão com a certeza de que seu ídolo se manterá intacto até que seu álbum de figurinhas fique velho.

Muita luz para todos,
Marcos Angelo

3 comentários:

Anônimo disse...

Simplesmente sensacional!

Marcos Angelo, sou admiradora de suas mensagens, te sigo no twitter e entro todos os dias em seu blog na esperança de novas postagens, ou simplesmente para rever o que você já escreveu, pois com suas mensagens tenho me tornado uma pessoa melhor.
Adoro sua forma de escrever e sua infinita inteligência de me surpreender a cada assunto que você aborda.
Eu nunca havia participado com depoimentos em blogs que acompanho, embora suas postagens me deixa sempre com forte vontade disso, mas ao ler essa mensagem desse caso horroroso que aconteceu, subi pelas paredes aplaudindo tudo que você escreveu. Concordo com tudo que você disse, como dito acima, você é muito inteligente nas suas colocações.
Em seu twitter vi que você foi convidado para dar palestras de motivação, falando de pensamentos positivos, com toda certeza estarei sentada na primeira fila do auditório. Já vi pessoas te perguntando se você não tem um livro escrito por você, foi uma sugestão muito boa.
Fico no apoio da "Ficha limpa para esportistas".

Um grande beijo da pessoa que muito te admira.
Não posso me identificar, tenho meus motivos para isso! Mas ficarei sempre por perto admirando seu trabalho.
Sua amiga oculta.

Ana Paula Costa disse...

Olá,
Na minha opinião,uma pessoa que comete um crime como esse,despreza totalmente o ser humano.É ausente de sentimentos como o respeito e amor ao próximo.Todo atleta e policial deveriam passar por exames rigorosos com psicólogos, para avaliarem melhor pensamentos e ações.Já que estes, deveriam ser exemplos na sociedade.

Abafa e Se Joga. disse...

Marcos, lindo texto. Confesso que foi a primeira notícia do caso que consegui ler até o fim. Desprovida de total sensacionalismo, você tocou nos pontos que valem a pena serem refletidos. Não sei se ele será esquecido, pelo menos por muito tempo, pois ainda restam programas televisivos que para terem audiência "ressuscitam os mortos".

Abraços

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